sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Pra pensar...

Nossa faz muito tempo que não apareço por aqui hein... É muita coisa aconteceu desde a ultima postagem, mas não vim aqui pra contar da minha vida e sim postar um texto muuuito bom do nosso querido imortal John Lennon.
Sabe quando você tá com aquele 'apetite cultural'? Querendo ler um texto de conteúdo que vá fazer relevância em algum momento da sua vida? Então... essa crônica escrita pelo musico transcende o tempo e vem falar a nós jovens, de idade ou de espírito, sobre algumas de nossas duvidas frequentes sobre amor, felicidade, enfim... a vida em si. Um texto curto mas de valor imensurável que vale a pena arquivar e reler pelo menos uma vez por mês. Enjoy.


'Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada. Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável. Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto. Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém'.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O contrario do Amor

Esse texto da Martha Medeiros é simplesmente perfeito.

O contrário do Amor

O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Carta de amor ao contrário ou Carta do 'obrigado'

Nesta carta quero agradecer a você, meu amado.
Quero agradecer a tudo, mas tudo... o que você não fez. Ou que não fez quando eu precisei que você fizesse. Obrigado então:
- Por não ouvir os desabafos sobre meus pequenos problemas de família. Isso me fez perceber que você não merecia saber dos grandes assuntos, dos mais importantes. Aliás, de nenhum problema.
- Obrigada por não me incluir nos seus planos, você me ajudou, embora um pouco tarde, a ser independente;
- Obrigada por não manter o celular ligado depois de uma briga. Me fez perceber que você não se importa em resolver. Seu silêncio me ensinou a ficar calada também.
- Obrigada por nunca ficar acordado quando vem me ver. Você me fez descobrir que preciso de uma pessoa que acompanhe meu ritmo.
-Enfim, obrigada, mas muito obrigada por nunca dizer são e olhando nos meus olhos que me amava.
Você, e só você me fez enxergar que talvez você não me ame.
Obrigada, meu amor. De verdade!